João Fiadeiro continua a habitar o eco do fim no MAC/CCB

Cinco anos após a Desocupação do Atelier RE.AL, o criador apresenta no MAC/CCB, até 22 de Setembro, uma Introspectiva composta por performances, exposição, instalação, improvisações e espectáculos.

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A Introspectiva no MAC inicia-se com a performance revisitada O que Fazer Daqui para Trás Lucas Damiani
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Há cinco anos, quando teve de abandonar o Atelier RE.AL, João Fiadeiro fez desse momento um longo acto de despedida, chamado Desocupação, que se prolongou por um mês. Com a documentarista Maria João Guardão, registou em filme todo o processo; com Joana Gama fez uma performance de sete horas em que a pianista tocou a peça Vexations de Erik Satie enquanto Fiadeiro dizia adeus e “deixava a pele” num espaço que não tinha água, luz, nada; leiloara, entretanto, todo o seu interior e retirara todo o seu arquivo para doar ao Museu de Serralves. “Estava absolutamente convencido de que seria o final, no sentido de que me ia dedicar a outra coisa”, lembra ao PÚBLICO. “E fiz um evento que se só faz quando alguém se está a despedir de tudo.” Fiadeiro achava que “estava a acabar em falésia”, com um fim abrupto, e em que a própria queda era performance e história. “Só que”, diz hoje, “isto foi há cinco anos e, de repente, houve uma série de réplicas desse fim, uma recusa de que a experiência acabe de facto em modo falésia.”

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